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  • Foto do escritorJORGE ROSA SANTOS

MINERALIDADE NO VINHO

Atualizado: 9 de ago. de 2021

Há alguns anos, li um artigo científico internacional, acerca da relação entre a matriz geológica do solo e a tipicidade dos vinhos. É um daqueles artigos que desconstrói todo o romance de que podemos provar e cheirar o terroir no copo.

VINHOS EXPLICIT

Esse estudo refere a inexistência de qualquer influência geológica (rochas), sobre o perfil aromático do vinho, sustentando que as concentrações de compostos minerais (inorgânicos) provenientes do solo no vinho final, está muito abaixo do limite de deteção do nariz humano. No entanto, esse mesmo autor, deixa a porta aberta e diz que “qualquer influência geológica terá de ser altamente complexa e indireta”.

O que fiz, foi agarrar-me a esta última afirmação do autor e continuar a acreditar na influência da geologia do solo no perfil dos vinhos, ainda que indireta e complexa.


  • SOLOS POBRES E XISTOSOS Dão origem a vinhos concentrados e estruturados (Douro e Estremoz).

  • SOLOS QUENTES E SECOS DE ORIGEM CÁLCARIA São conhecidos como os melhores para a casta Cabernet Sauvignon (Haut Medoc, Bordéus).

  • SOLOS ARGILOSOS Estão associados a vinhos mais taninosos.

  • SOLOS DE ORIGEM GRANÍTICA Como a Serra de São Mamede, imprimem aos vinhos longevidade e mineralidade.

É esta última característica que vou aprofundar, a mineralidade.

Sem pretensão nenhuma, diria que qualquer produtor que se preze, afirma que os seus vinhos têm mineralidade: está na moda e poucos de nós sabem bem dizer o que é. Esta minha constatação segue em linha com o seguinte raciocínio: algumas grandes regiões de brancos no mundo, têm na mineralidade uma característica basilar dos seus vinhos, então se disser que os meus vinhos são minerais, por comparação irei no bom caminho. São exemplos dessa mineralidade a Alsácia, Chablis e Champagne.


O AROMA DO VINHO E A SUA CARATERÍSTICA "MINERAL"

Um aroma ligeiramente enxofrado tipo furnas, resultante de ligeira redução ou processo surlie; cabeça de fósforo típica de vinhos estagiados em barricas de tostas altas; cheiro a terra, como uma pedra de xisto bafejada; aroma salino ou de maresia, associado a vinhos das nossas Ilhas ou Colares; ou então a tal mineralidade, a original, a de natureza geológica: aroma a pedra de granito.

Colares e o Minho (Vinhos Verdes) são talvez as únicas regiões vitivinícolas em Portugal que juntam duas caraterísticas necessárias à tal mineralidade.

Proximidade do Mar, que lhe empresta os tais aromas frescos e salinos, com acidez vibrante e fresca.

Matriz geológica de Granito; rochas formadas no interior da crosta terrestre há milhões de anos e que por efeito da erosão emergem à superfície.


VINHOS EXPLICIT

Este meu artigo desenvolvido para a revista de vinhos do InterMarché fala um pouco sobre a mineralidade no vinho. Um tema na moda dentro dos grandes apreciadores e especialistas de vinhos. Descubra mais artigos


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